sábado, 23 de julho de 2011

Descaso na grama

Um ano e sete meses depois da troca do gramado do Castelão, ninguém sabe qual seu destino. Alegando desinteresse das prefeituras cearenses, a Secretaria de Esporte do Estado (Sesporte) não conseguiu reaproveitá-lo. “Nós oferecemos, mas as prefeituras não se interessaram por conta dos custos de retirada e transporte do material”, explicou Gony Arruda, titular da Sesporte. Assim, os R$ 500 mil investidos foram para o lixo.

Com a reforma por conta da Copa do Mundo de 2014, o gramado precisaria ser rebaixado e, consequentemente, trocado. Além disso, o atual tipo de grama, mesmo colocada há pouco tempo, não atendia a exigência da Federação Internacional de Futebol (Fifa). O que, aparentemente, foi surpresa aos gestores é que nenhum estádio teria condição de aproveitá-lo.
 
No dia 11 de dezembro de 2009, o gramado do Castelão, historicamente criticado, começou a ser reformado. A promessa era de que, em dois meses, o local ganharia um palco de primeira qualidade. Isso justificaria o montante investido. “É uma grama que só precisa de manutenção a cada 10 anos”, disse o então secretário do Esporte, Ferruccio Feitosa, no dia em que as obras começaram.

Hoje secretário especial da Copa, ele explica que todo o material que não seria aproveitado no novo Castelão foi herdado pela Sesporte. “Cadeiras, refletores, placares eletrônicos, gramado...”, enumera Ferruccio, reforçando a importância da obra no gramado em 2009. “Todo mundo lembra como estava a situação antes?”

O Castelão teve a maior parte do gramado retirado com o início das obras da Copa. Outra parte continua lá. A dúvida que fica é: para onde foi a parte retirada? O POVO não teve, por parte do Governo, acesso a representantes do consórcio construtor. “O gramado foi ficando lá e não sei que fim levou”, diz Gony. Pelo visto, a pergunta vai ficar sem resposta.

EXIGÊNCIA DA FIFA
A grama adquirida em 2009 não será aproveitada no novo Castelão por causa das exigências da Fifa para a Copa de 2014.

GRAMA SEM PROVEITO
Segundo a Sesporte, nenhuma prefeitura teve interesse no gramado. Mesmo assim, não se sabe onde ele foi parar.1,5 milhão de reais é custo estimado de quanto será a futura do grama do Castelão, três vezes mais que a comprada em 2009.
 

O caos na grama cara 

Boa parte dos 9.100 metros quadrados do gramado do Castelão - da espécie ´tifton´, caracterizada por ser mais macia e só precisar de manutenção a cada 10 anos - foi transferida pelo Departamento de Edificações e Rodovias do Estado do Ceará (DER) para ser utilizada na Academia da Polícia Militar e na Procuradoria Geral do Estado. A outra parte foi morrendo com o desenvolvimento da reforma, não suportando o peso dos tratores, o depósito de materiais que sufocaram a planta, a falta de irrigação e também a poeira das demolições e da implosão de parte da arquibancada.


Incômodo é saber que um gramado de alta qualidade e que custou R$ 493.115,92 teve parte transferida para locais onde está sendo subutilizado e - o que é pior - a outra parte tornou-se descartável.

Problema antigo
Não é novidade o problema da falta de interesse em reaproveitar o gramado do estádio Castelão. O Diário do Nordeste abordou o assunto com exclusividade na edição de 29 de maio deste ano. Na época, parte do ´tapete´ - instalado em dezembro de 2009 - já havia sido destruída pelo tráfego dos tratores que tocavam a reforma da praça esportiva para a Copa 2014. Mesmo assim, o governo do Estado, responsável pelo gerenciamento do estádio, ainda oferecia o gramado para doações, assim como fez com cadeiras, placares eletrônicos, holofotes, aparelhos de ar-condicionado e até chuveiros. Prefeituras e praças esportivas do Interior chegaram a mostrar interesse no piso vegetal, mas esbarravam no alto custo da logística de remoção, que variava de R$ 75 mil a R$ 100 mil.

Aproveitamento
O superintendente do DER, Quintino Vieira, explicou o destino da grama. "Oferecemos todo o gramado para prefeituras de municípios que tivessem estádios reconhecidos pela Federação Cearense de Futebol. Sobral, Iguatu, Juazeiro do Norte foram alguns dos que se interessaram. Mas, quando faziam o orçamento da mão-de-obra para a remoção, desistiam. Esperamos até o último momento, mas, quando precisamos do espaço para dar seguimento à reforma, demos o destino atual. A Academia da Polícia ficou com 60%, cerca de 5.500 metros quadrados. O jardim da PGE recebeu 20% e o restante ficou no local", informou.
 
Texto de Emmanuel Macêdo e Futebol Nordeste (mesclado)
 
Alison Lene
Colaborador
"SEA RN: Acreditando no Sonho de se Tornar GRANDE"  

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