terça-feira, 14 de junho de 2011

Vazio, Mangueirão virou elefante branco

A história do Estádio Estadual Jornalista Edgard Proença, também conhecido como Olímpico do Pará, ou simplesmente Mangueirão, é longa e cheia de capítulos de encher de orgulho qualquer paraense. Todavia, já tem algum tempo que nosso velho herói, inaugurado em 1978, tem sido pouco aproveitado. Uma das esperanças de modernizá-lo ainda mais era a sonhada Copa do Mundo de 2014, mas nem com a estrutura oferecida pelo estádio, reformado dentro dos padrões da FIFA em 2002, isso foi possível, visto que se priorizou a construção de novas arenas para o Mundial.

Com o advento dos clubes emergentes do interior, até mesmo a final do returno do Estadual, como a de hoje, vai acontecer bem longe dos gramados do maior templo do futebol local, lá em Tucuruí. Além disso, tem o clube do Remo fora de circulação até o final desse ano e a preferência do Paysandu em disputar seus jogos do Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão em seu próprio estádio, a Curuzu.

E que ninguém esqueça que, ao menos em caráter oficial, Re-Pa, que é sinônimo de casa cheia, esse ano também não tem mais. Fatores determinantes de que está para haver uma transformação e o Mangueirão virar um elefante branco. Seria isso mesmo? O Bola foi atrás dessas respostas a respeito do Olímpico do Pará.

EM NÚMEROS

5 Em se tratando de esporte e de competições de alto nível, o Mangueirão foi palco de cinco eventos este ano. Dois clássicos Re-Pa, um Remo e Tuna, Paysandu e Bahia, além do GP de atletismo.

O cenário não vai mudar

Para se ter uma ideia do pouco aproveitamento do Mangueirão, no Campeonato Paraense, dos 34 jogos disputados no primeiro turno, incluam-se aí as semifinais e as finais, apenas dois duelos foram realizados no estádio – o tradicional Re-Pa e o clássico Tuna e Remo.

No segundo turno, também considerando até a realização da final que acontece hoje, no Navegantão, em Tucuruí, a situação ainda foi pior – apenas o segundo Re-Pa foi realizado no Olímpico, dos 34 jogos da fase. As outras duas utilizações esportivas do Mangueirão esse ano foi o jogo do Papão contra o Bahia, pela Copa do Brasil e o Grande Prêmio de Atletismo.

A situação é um reflexo do futebol paraense. A Tuna sequer conseguiu se manter na divisão principal. O Remo está eliminado e sem agenda até o fim do ano. Para o vice-presidente bicolor, Toninho Assef, ao menos por enquanto, a Curuzu deve mesmo sediar os jogos do Papão na Série C. “Em princípio, está tudo para a Curuzu e não há intenção de mudar, até pela pressão da torcida”, diz, em referência ao caldeirão que se transforma o Leônidas Castro em dias de jogos.

Governo quer a utilização do estádio na Copa

De acordo com o diretor do Mangueirão, Saulo Aflalo, o Governo do Pará ainda negocia a utilização do Mangueirão para a Copa, ainda que não seja para os jogos. “Estamos na esperança de trazer para Belém o Centro de Treinamento da Seleção para Copa de 2014”, informa.

O diretor conta que os gastos para manter o estádio são altos. “No ano de 2010, o custo entre manutenção corretiva e preventiva ficou em torno de 700 mil reais. No decorrer deste ano (2011), já tivemos gastos em torno de 400 mil reais devido aos eventos de Remo e Paysandu, Grande Prêmio de Atletismo, e Paysandu na Copa do Brasil. Além do cumprimento da vistoria da estrutura do estádio. Somente com o GP foram 135 mil reais de custos”, estima.

Aflalo explica que a maneira de o Governo do Pará estimular o uso do Olímpico para a utilização de mais eventos esportivos está na isenção do aluguel. “Só com eventos é que entrará mais receita. Para realizações esportivas não estamos cobrando aluguel, apenas a taxa de três mil reais, referente aos custos operacionais. Outros tipos de eventos nós negociamos o valor. Quando se trata de celebrações religiosas, como o Centenário da Assembleia de Deus e o Pentecostes, também há um acordo com o governador Simão Jatene”, detalha.

Matéria Extraída do Futebol do Norte
Alison Lene
Colaborador
"SEA RN: Acreditando no Sonho de se Tornar GRANDE"

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