terça-feira, 6 de março de 2012

Marco Aurélio Garcia chama Valcke de "vagabundo"

O governo brasileiro parece ter perdido de vez a paciência com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Neste domingo, na chegada a Hannover, na Alemanha, onde participa da delegação brasileira liderada pela presidente Dilma Rousseff, o assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, classificou o número 2 da federação como "um vagabundo'' e "um boquirroto'' e reiterou que ele não será mais aceito como interlocutor do governo brasileiro.

Na chegada da delegação do Brasil ao país europeu para participar da Feira de Hannover, que, neste ano, presta homenagem ao País, Dilma não quis comentar o atrito com a Fifa causado pelas declarações de Valcke.


Na sexta-feira, o representante da federação internacional afirmou que o país precisaria receber "um pontapé no traseiro'' para acelerar os preparativos para a Copa do Mundo 2014. Em retaliação, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, respondeu no sábado que o governo não aceitaria mais Valcke como o interlocutor. Na tréplica, também no sábado, o executivo não baixou o tom e disse considerar a postura brasileira "infantil''.


Neste domingo, Marco Aurélio bateu forte em resposta ao secretário-geral. "O interlocutor já está riscado. Esse cara é um vagabundo'', disse, ironizando a nacionalidade de Valcke. "Para aí, os franceses nunca se deram bem no colonialismo no Brasil. Ele mordeu a língua, criou um problema, não para nós, mas para a Fifa.''


Segundo ele, Jérôme Valcke "pode ir à vontade ao Brasil, mas não é mais o interlocutor do governo''. "A Fifa que descubra outro.'' Valcke tem vários compromissos no País entre 12 e 15 de março e espera ser recebido pelo governo federal.


Apesar da ira, o secretário disse que a presidente Dilma Rousseff não falou sobre o assunto durante a viagem à Europa. "A presidente tem mais o que fazer do que se preocupar com as declarações de um boquirroto'', alegou Marco Aurélio.


A inconformidade, disse ele, vem do fato de que as palavras seriam "impróprias''. "Não me parece que 'bunda' seja um palavra diplomática, mesmo se traduzir como traseiro'', reclamou o ministro.


A respeito do mérito das críticas de Valcke, Marco Aurélio disse que o Brasil não é europeu, nem germânico, e que vai fazer as obras da Copa no seu ritmo. "Vocês sabem como é o ritmo do Brasil. Não é o ritmo europeu, germânico. Vamos fazer de nosso jeito'', garantiu. "O que pode exigir é que se cumpram as coisas no prazo devido.''

Fonte: Futebol Interior

Nenhum comentário:

Postar um comentário