segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Comissão Técnica: Quantidade também é Qualidade?

Lembro quando comecei a carreira no futsal, ainda como atleta nas categorias de base da Malwee, era comum as comissões técnicas serem formadas por 3 a 4 pessoas no máximo, em nossa própria equipe o treinador Renato que é hoje o treinador da equipe adulta de Jaraguá do Sul acumulava diversas funções, além do papel principal de treinador, era responsável pela parte física e também por funções características do supervisor, no entanto, acreditava que fosse algo normal por se tratar de uma equipe juvenil, porém quando comecei a trabalhar com o adulto diretamente por inúmeras vezes encontrei equipes que possuíam apenas o treinador, uma pessoa responsável pela rouparia e um terceiro componente que acumulava funções de preparador físico, auxiliar técnico e supervisor.


Com o passar do tempo e observando atentamente a composição das comissões técnicas criei uma simples e direta opinião, uma equipe vencedora precisa de vários profissionais qualificados e o mais importante sem que esses acumulem funções, dessa maneira é possível otimizar o tempo de trabalho e focar nas prioridades, comecei entender esse processo quando a equipe da Malwee montou um super time no começo da última década, no entanto não foi imediatamente um projeto vencedor, após alguns anos foram contratando profissionais do mais alto escalão que hoje são a base da comissão do Santos, unindo esse profissionais com um elenco fortíssimo, a conseqüência só podia ser a hegemonia do futsal nacional.

Já no Corinthians, após a chegada do PC, um profissional experiente e acostumado a trabalhar com comissões técnicas competentes, conseguimos montar uma comissão grande e de qualidade, composta pelas seguintes funções: treinador, auxiliar técnico, supervisor, preparador físico, preparador de goleiros, fisiologista, médico, dois fisioterapeutas, roupeiro, psicóloga, assessor de imprensa e um profissional responsável pela edição de imagens. No primeiro momento causa surpresa pela quantidade de profissionais, porém com o passar do tempo e jogos fica bastante nítido como é importante e indispensável o trabalho de cada profissional.


 Além de explanar essa opinião e descrever um pouco sobre algumas situações vivenciadas, quero atentar para a fundamental ligação entre esses profissionais, pois de forma isolada geralmente não conseguimos extrair o máximo de cada, no entanto quando existe a troca de informações e o questionamento, consequentemente existem mais análises e reflexões o que nos remetem a uma evolução e aperfeiçoamento profissional interessante e benéfico para a equipe.

Ocorrem em uma temporada centenas de situações aonde o conhecimento básico de todas essas funções contribui muito para a resolução de alguns problemas, por exemplo, o treinador precisa entender da preparação física, para que na montagem e execução dos seus treinamentos ele não ultrapasse o limite físico dos atletas, o mesmo sobre a parte psicológica, afinal ele precisa absorver as informações passadas pela psicóloga e saber utilizá-las da melhor maneira possível, no caso do preparador físico é extremamente importante entender as informações coletadas pelo fisiologista, compreender a transição fisioterápica e respeitar as restrições impostas pelo departamento médico quando um atleta está voltando de lesão.


Estes são apenas alguns exemplos da importância da interdisciplinaridade, sem exceção todas as funções precisam dessa ligação, isso facilita e melhora o trabalho de cada profissional e por conseqüência o trabalho de toda equipe.

Por Mauro Sandri (preparador físico do Corinthians futsal)

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