domingo, 23 de outubro de 2011

Poema de concreto perde seus versos

O estádio João Machado (Machadão) começou a ser demolido sexta-feira (21). A OAS, empresa responsável pela construção da Arena das Dunas, modificou os planos iniciais - o de iniciar a demolição em meados de novembro - o que deve fazer a obra avançar em mais alguns dias em relação ao cronograma estabelecido pela Fifa. O secretário da Secopa, Demétrio Torres, ressaltou que no ritmo que os trabalhos estão seguindo, no próximo mês de março, o projeto natalense atingirá o mesmo nível das demais sedes que iniciaram as construções de suas arenas com alguma antecedência.

Pelo seu gramado, que já não era um tapete verde como nos primeiros anos, passaram todos os grandes e médios times brasileiros, dos modestos CRB, Nacional/AM, América Mineiro, Portuguesa, Vitória/BA,   Remo, Ceará  e Santa Cruz, primeiros adversários do ABC na segunda edição do antigo Campeonato Nacional de 72, ao lado de São Paulo, Vasco, Santos, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Palmeiras,  Grêmio, Internacional e Botafogo Futebol e Regatas, tendo apenas um clube do RN como adversário, que foi o ABC na condição de  campeão estadual, como exigia a CBF. 





Depois, a história mudou, porque o ABC incorreu numa indisciplina ao escalar jogadores em condições irregulares, com isso dando vez ao arquirrival América FC, substituí-lo. O corretivo da CBF tornou-se longo,  já que o América passou a ser único representante do futebol potiguar entre 1973 a 75 só abrindo uma brecha para o ABC, em 1976. O sobe-e-desce ABC e América perdurou até 1986, quando o Alecrim FC ganhou direito de representar o RN por ser campeão Estadual de 95/96.

Nesse ínterim, o chamado colosso de Lagoa Nova já dava mostras das primeiras consequências provocadas pela má conservação. No reparo mais longo, foi necessária utilização do precário "Juvenal Lamartine" para a continuidade do Estadual. A administração do estádio de Lagoa Nova ficava a cargo da Fundação de Esportes de Natal, uma entidade cujos presidentes  ficavam de mãos atadas à falta de recursos advindos da Prefeitura.

Foi nesse clima de empobrecimento material que o Machadão foi perdendo seu charme e  beleza projetada por Moacyr Gomes da Costa.

Fonte: Tribuna do Norte

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