O time profissional indígena Gavião Kyikatejê, que disputa a Série B do Campeonato Paraense, tem um interesse peculiar na divisão do Pará: caso o atual Estado seja desmembrado, dando origem a Carajás e Tapajós, a equipe passará a integrar a elite do futebol carajaense, ao lado dos outros quatro times profissionais da região --Águia de Marabá, Parauapebas, Redenção e o Independente de Tucuruí, atual campeão estadual.
As possibilidades podem ir além: caso a divisão se concretize, o Gavião Kyikatejê pode até disputar a Copa do Brasil, caso obtenha bom desempenho no que seria o Campeonato Carajaense. “O objetivo é esse. A gente sonha muito alto”, diz Zeca Gavião, 42, técnico da equipe.
De acordo com o treinador, o Gavião, registrado na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em 2007, é considerado o primeiro time indígena profissional do mundo. A ideia da profissionalização foi consequência do sucesso da equipe em competições amadoras.
“Comecei a ver que nosso pessoal tinha condições de avançar, desde que tivéssemos um preparo mais profissional, no condicionamento físico e no sistema tático”, relembra. O treinador também se aperfeiçoou, chegando, inclusive, a fazer cursos em São Paulo com técnicos como Luís Felipe Scolari e Tite.
A sede do Gavião é a terra indígena Mãe Maria, que fica no município de Bom Jesus do Tocantins, a cerca de 30 km de Marabá. Além dos profissionais, o clube possui categorias de base e uma equipe feminina. O elenco é composto majoritariamente por índios da etnia Gavião Kyikatejê, mas há atletas não-índios ou pertencentes a outros povos, como o Karajá, Xerém e Guarani, segundo Zeca. “O objetivo maior é fazer com que eles se desenvolvam, não só no futebol, mas também na educação.”
O povo Gavião desenvolveu sua história ligada a atividades esportivas. São especialistas em corrida de tora, jogo de flecha e em lutas corporais. Um dos treinamentos realizados pelos atletas é feito por um guerreiro, que usa um arco e flechas sem pontas e tenta acertar os jogadores. A ideia é fazer com que os atletas ganhem reflexo e agilidade ao fugir das flechas.
As possibilidades podem ir além: caso a divisão se concretize, o Gavião Kyikatejê pode até disputar a Copa do Brasil, caso obtenha bom desempenho no que seria o Campeonato Carajaense. “O objetivo é esse. A gente sonha muito alto”, diz Zeca Gavião, 42, técnico da equipe.
De acordo com o treinador, o Gavião, registrado na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em 2007, é considerado o primeiro time indígena profissional do mundo. A ideia da profissionalização foi consequência do sucesso da equipe em competições amadoras.
“Comecei a ver que nosso pessoal tinha condições de avançar, desde que tivéssemos um preparo mais profissional, no condicionamento físico e no sistema tático”, relembra. O treinador também se aperfeiçoou, chegando, inclusive, a fazer cursos em São Paulo com técnicos como Luís Felipe Scolari e Tite.
A sede do Gavião é a terra indígena Mãe Maria, que fica no município de Bom Jesus do Tocantins, a cerca de 30 km de Marabá. Além dos profissionais, o clube possui categorias de base e uma equipe feminina. O elenco é composto majoritariamente por índios da etnia Gavião Kyikatejê, mas há atletas não-índios ou pertencentes a outros povos, como o Karajá, Xerém e Guarani, segundo Zeca. “O objetivo maior é fazer com que eles se desenvolvam, não só no futebol, mas também na educação.”
O povo Gavião desenvolveu sua história ligada a atividades esportivas. São especialistas em corrida de tora, jogo de flecha e em lutas corporais. Um dos treinamentos realizados pelos atletas é feito por um guerreiro, que usa um arco e flechas sem pontas e tenta acertar os jogadores. A ideia é fazer com que os atletas ganhem reflexo e agilidade ao fugir das flechas.
Outro treinamento é a corrida de toras, uma espécie de revezamento no qual os atletas carregam pedaços maciços de tronco no ombro enquanto correm ao redor do campo. Além da preparação física, os dois treinamentos cumprem a função de preservar tradições da etnia.
Antes e depois das partidas, os atletas entoam cânticos tradicionais na língua do povo Gavião, pertencente ao tronco Jê. “A gente vive em uma opressão muito grande, com a tecnologia. Não podemos nos esquecer da nossa língua materna, das tradições”, afirma o treinador.
Águia quer Série A do Brasileirão
Apesar de nunca ter conquistado um torneio de primeira divisão, o Águia de Marabá é considerado uma potência na região de Carajás. A equipe surgiu de forma amadora em 1982 e se profissionalizou em 1999. Atualmente, o Águia disputa a Série A do Parazão e a Série C do Nacional, ao lado do Paysandu.
Em 2008, a equipe quase conseguiu acesso à Série B do Brasileiro, após terminar a competição em quinto lugar --os quatro primeiros se classificavam. No ano seguinte, disputou a primeira Copa do Brasil, superando o América-MG na primeira-fase, com vitórias no estádio de Parauapebas e no Mineirão (2 a 1 e 1 a 0, respectivamente).
Na fase seguinte, contra o Fluminense, a maior façanha do Águia: vitória sobre o Tricolor no estádio do Mangueirão, em Belém, por 2 a 1. No jogo de volta, os cariocas golearam o Águia por 3 a 0. Nesse ano, o Águia foi eliminado da Série C do Brasileiro na fase de classificação.
O Águia manda os seus jogos para o estádio municipal Zinho de Oliveira, com capacidade para 5.000 torcedores, que fica no centro de Marabá. Até pouco tempo atrás, a capacidade do estádio era bem inferior, o que obrigava a equipe a mandar os jogos em outras cidades, inclusive em Belém, a 550 km de distância. Um estádio novo, para 12 mil pessoas, está sendo erguido em Marabá, bem ao lado da Transamazônica.
“Enquanto nossos adversários tinham R$ 250 mil de renda, com estádios cheios, a gente tinha que meter a mão no bolso para pagar arbitragem, antidoping, gandula”, lamenta Sebastião Ferreira Neto, 47, presidente do Águia. Em média, o clube gasta R$ 240 mil com todas as despesas --R$ 140 mil só com folha de pagamento.
Ferreirinha, como é conhecido o presidente do Águia, torce para a criação do Estado do Carajás para que os clubes da região gastem menos com viagens e recebam mais apoio do poder público. Ela aposta que a divisão facilitará o caminho do Águia até a Série A do Nacional.
“Já batemos na porta três, quatro anos para subir para a Série B. Quem sabe em 2012 a gente não consegue o acesso? Daí, é ficar três anos na Série B e buscar o acesso para a Série A”, planeja.
O treinador João Maria Galvão, 44, paraibano que está há 30 anos no Pará, diz que não é qualquer jogador que consegue atuar no estadual. “No período chuvoso, os campos são muito pesados. O jogador que tem o estilo mais leve não se adapta no nosso futebol”, afirma.
Segundo ele, o Águia dá preferência aos atletas da região, mas também atrai jogadores de outros Estados. “Se tiver um jogador de fora, e um daqui do mesmo nível, a gente prefere da região. Mas sempre acaba tendo carioca, paulista, mineiro no elenco.
Antes e depois das partidas, os atletas entoam cânticos tradicionais na língua do povo Gavião, pertencente ao tronco Jê. “A gente vive em uma opressão muito grande, com a tecnologia. Não podemos nos esquecer da nossa língua materna, das tradições”, afirma o treinador.
Águia quer Série A do Brasileirão
Apesar de nunca ter conquistado um torneio de primeira divisão, o Águia de Marabá é considerado uma potência na região de Carajás. A equipe surgiu de forma amadora em 1982 e se profissionalizou em 1999. Atualmente, o Águia disputa a Série A do Parazão e a Série C do Nacional, ao lado do Paysandu.
Em 2008, a equipe quase conseguiu acesso à Série B do Brasileiro, após terminar a competição em quinto lugar --os quatro primeiros se classificavam. No ano seguinte, disputou a primeira Copa do Brasil, superando o América-MG na primeira-fase, com vitórias no estádio de Parauapebas e no Mineirão (2 a 1 e 1 a 0, respectivamente).
Na fase seguinte, contra o Fluminense, a maior façanha do Águia: vitória sobre o Tricolor no estádio do Mangueirão, em Belém, por 2 a 1. No jogo de volta, os cariocas golearam o Águia por 3 a 0. Nesse ano, o Águia foi eliminado da Série C do Brasileiro na fase de classificação.
O Águia manda os seus jogos para o estádio municipal Zinho de Oliveira, com capacidade para 5.000 torcedores, que fica no centro de Marabá. Até pouco tempo atrás, a capacidade do estádio era bem inferior, o que obrigava a equipe a mandar os jogos em outras cidades, inclusive em Belém, a 550 km de distância. Um estádio novo, para 12 mil pessoas, está sendo erguido em Marabá, bem ao lado da Transamazônica.
“Enquanto nossos adversários tinham R$ 250 mil de renda, com estádios cheios, a gente tinha que meter a mão no bolso para pagar arbitragem, antidoping, gandula”, lamenta Sebastião Ferreira Neto, 47, presidente do Águia. Em média, o clube gasta R$ 240 mil com todas as despesas --R$ 140 mil só com folha de pagamento.
Ferreirinha, como é conhecido o presidente do Águia, torce para a criação do Estado do Carajás para que os clubes da região gastem menos com viagens e recebam mais apoio do poder público. Ela aposta que a divisão facilitará o caminho do Águia até a Série A do Nacional.
“Já batemos na porta três, quatro anos para subir para a Série B. Quem sabe em 2012 a gente não consegue o acesso? Daí, é ficar três anos na Série B e buscar o acesso para a Série A”, planeja.
O treinador João Maria Galvão, 44, paraibano que está há 30 anos no Pará, diz que não é qualquer jogador que consegue atuar no estadual. “No período chuvoso, os campos são muito pesados. O jogador que tem o estilo mais leve não se adapta no nosso futebol”, afirma.
Segundo ele, o Águia dá preferência aos atletas da região, mas também atrai jogadores de outros Estados. “Se tiver um jogador de fora, e um daqui do mesmo nível, a gente prefere da região. Mas sempre acaba tendo carioca, paulista, mineiro no elenco.
Fonte: Futebol do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário