Um relatório de avaliação das obras da Copa do Mundo de 2014, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), alerta para o risco de as obras se transformarem em “herança” indesejável. A pouco mais de dois anos e meio do início do torneio, apenas 8 dos 49 projetos para transportar torcedores e turistas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo tiveram contratos assinados e 24 nem sequer lançaram licitação.
A área de mobilidade urbana é a que mais preocupa no cardápio de obras financiadas com dinheiro público. É também a que exigirá a maior fatia de investimentos da União: R$ 7,9 bilhões só em financiamentos da Caixa Econômica Federal, segundo a matriz de responsabilidade, que estabelece o custo das obras e quem faz cada segmento.
O relatório menciona entre as obras que nem começaram a sair do papel o polêmico veículo leve sobre trilhos (VLT) de Cuiabá, orçado em R$ 1,2 bilhão.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou, na semana passada, que a obra foi aprovada pelo Ministério das Cidades mediante um documento adulterado. O projeto original era o BRT, uma linha rápida de ônibus, que custava R$ 489 milhões.
Um acordo político do governo federal com o estadual alterou o projeto. Só que uma análise técnica feita pela pasta vetava a mudança imediata. Com o aval do ministro Mário Negromonte, a diretora de Mobilidade Urbana, Luiza Vianna, adulterou o parecer original, deixando a conclusão a favor do VLT.
Fonte: Folha online
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