quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Comissão da Fifa prega dirigentes com ficha limpa

A Fifa precisa ficar de olho nos seus dirigentes eleitos e limitar o mandato deles, disse na quarta-feira o chefe de uma comissão independente que irá examinar o funcionamento da entidade que organiza o futebol mundial.

O relatório apresentado por Mark Pieth, do Instituto de Governança de Basileia, na Suíça, disse também que a Fifa está propensa a conflitos de interesses nas suas relações com as 208 associações nacionais.

Pieth, nomeado na semana passada para chefiar o recém-criado comitê de governança da Fifa, alertou que seu relatório pode ser mal recebido por muitos dirigentes.

O relatório propõe "diligências regulares" para fiscalizar os membros eleitos para os comitês da Fifa, e regras claras para determinar se esses dirigentes têm "ficha limpa" para o cargo.

O relatório recomenda também que a Fifa limite a quantidade de mandatos para os dirigentes. "Estamos falando de coisas sérias aqui. Nem todo mundo vai gostar disso. Os órgãos estatutários não vão gostar de todas as coisas que estamos colocando sobre a mesa, (mas) não estou muito preocupado", disse.

O comitê de governança deve se reunir pela primeira vez em dezembro, embora sua composição ainda não esteja definida. Qualquer proposta que o grupo faça terá de ser aprovada em junho no Congresso da Fifa, para ser implementada ao longo do ano seguinte.

A Fifa está sob intensa pressão para melhorar sua imagem e se tornar mais transparente depois das suspeitas de corrupção que cercaram no ano passado a eleição das sedes para as Copas de 2018 e 2022, e que se repetiram na eleição para a presidência neste ano.

Mohamed bin Hammam, que era o único candidato de oposição a Joseph Blatter, foi banido do futebol por causa das denúncias, e o suíço conseguiu um quarto mandato à frente da entidade.

Pieth disse que prefere olhar para o futuro ao invés de investigar acusações do passado. "É muito difícil fazer ambas as coisas, e é preciso um tipo diferente de know-how", afirmou. "Acho que certamente fracassaríamos se fizéssemos ambas as coisas."

Os integrantes dos vários comitês da Fifa são eleitos pelas confederações continentais, ao passo que o presidente da entidade é escolhido num Congresso onde cada associação nacional tem um voto.

Pieth recomendou também uma atenta fiscalização sobre o programa pelo qual a Fifa distribui verbas a associações nacionais para projetos de desenvolvimento do futebol. "A Fifa é responsável perante as suas 208 associações filiadas, as quais por sua vez recebem verbas da Fifa, e talvez sejam financeiramente dependentes dessas verbas."
 
Fonte: Folha Online

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